O Egito

Um dos lugares onde a dança do ventre se desenvolveu de forma brilhante foi o egito. Inicialmente como um tributo à deusa Ísis e, porteriormente, como parte integrante de festividades populares, mostrou-se extremanente técnica e apurada.

A dança era realizada por sacerdotisas treinadas desde meninas para servir como "canal da Deusa" nos rituais religiosos. Nos rituais antigos eram oferecidas flores de lótus, incensos, essências, água e frutas. Enquanto os sacerdotes preparavam a cerimônia, as sacerdotisas eram responsáveis pela abertura de um canal para o plano espiritual através do cântico e da dança, para que a energia divina se manifestasse.

Sem a presença delas, nenhum ritual poderia realizar-se. Cantavam e dançavam, envoltas por um véu e, ao retirá-lo, demonstravam que o mistério do universo seria revelado. A princípio, a Dança do Ventre era realizada somente em templos, mas com o passar do tempo começou a fazer parte de grandes solenidades públicas nos palácios, o que fez com que ela se popularizasse.

A arte teve grande crescimento na XVIII Dinastia na qual Akhenaton quis retratar a vida e não somente a vida após a morte como seus antepassados. Quis retratar o rei em festas no palácio com diversos artistas contratados, inclusive com dançarinas populares, pois naqueles momentos da história do Egito, os cultos a outros deuses estavam proibidos. As sacerdotisas teriam novamente o papel como mensageiras de Hathor, com seu sucessor e filho Tutancamon.

Os ensinamentos da dança e do ritual eram transmitidos de geração à geração até a queda do império egípcio, quando perdeu o seu conteúdo original e recebeu influências de outros povos.

Fonte: Revista Dança do Ventre/editora escala