terça-feira, 4 de maio de 2010

A Música Árabe na Dança do Ventre

Quando o assunto é a música árabe, primordial na Dança do Ventre, ninguém melhor para falar a respeito do que o músico Tony Mouzayek, um dos pioneiros no Brasil, que concedeu uma entrevista exclusiva a Revista Dança do Ventre Especial. E achei muito interessante colocar essa entrevista aqui no Blog.

 
Vamos começar nossa entrevista falando das canções tocadas durante a prática da Dança do Ventre. Do que elas falam e quais são seus principais temas?
TONY- Os temas nestas canções são os mais variados, mas, normalmente as músicas falam de amor, de carinho e temas como paz, por exemplo.
 
Saber o significado das letras das músicas é importante?
TONY- Com certeza, é muito importante. Se a bailarina souber do que fala a canção que está dançando, poderá exprimir através de sua arte o que a música está passando. Se ela fala de amor, a bailarina vai exprimir com mais sentimento tudo o que a música está sendo cantada e tocada. Traduzir as canções, então, é fundamental. No caso das nossas músicas, a partir do CD volume 16, todas as canções são traduzidas e ainda ensinam qual é a pronuncia correta.

Que tipo de canções estão presentes nos seus discos?
TONY- Costumamos colocar algumas das principais canções tradicionais, de cantores já falecidos, e então damos uma nova “roupagem” a elas. O que fazemos é resgatar a memória destas músicas num estilo mais moderno, atual.

A música mudou bastante com o passar do tempo? E os instrumentos?
TONY- A música tem se modernizado bastante com o passar do tempo. Na Antiguidade, a música era tocada por alaúde (uma espécie de violão), Kanun (uma espécie de cítara), flauta, derbake, daf. Hoje os instrumentos se misturam com alguns mais modernos, inclui-se o violino, bateria, guitarra, baixo, teclado. Aliás, com um sintetizador você pode ter uma infinidade de timbres e instrumentos. Atualmente conto em meu grupo com sete músicos, e, dentre os instrumentos estão derbake, dohola, daf, guitarra, baixo, teclados. A música evolui muito com o passar do tempo.

Como é a reação do público, hoje ?
TONY- A melhor possível. A música é contagiante e cada vez mais ganha na mídia. Os brasileiros têm até aprendido a cantar algumas da minhas canções...

Falando nisto, tem alguma canção que vocês sempre apresentam, que as pessoas pedem incessantemente?
TONY- Tem, sim, várias. Canções como ‘Yala bina’ (‘Vamos juntos’), ‘El Madi’(‘O Passado’), ‘Ya Helu’ (‘O bonitão saíde’) e ‘Sawah’ (‘Andarilho’) não podem faltar nos shows e apresentações.

Onde a música tem lugar de maior destaque, além do Oriente?
TONY – O Brasil é um dos maiores mercados deste estilo de música. Tem EUA (em particular, Los Angeles) e a França também, onde o gênero tem crescido bastante. Estes países estão se tornando um dos maiores mercados de música árabe do mundo.

Quem quiser aprender a tocar os instrumentos típicos, o que deve fazer? Em que lugares há aulas de instrumentos como derbake e o daf?
TONY- Nós damos aula destes instrumentos mencionados por você, aqui, em São Paulo. Para a pessoa interessada em aprender, a recomendação é que ela ame o estilo, o som, que goste das músicas e tenha, acima de tudo, boa vontade. E, é claro, deve adquirir o instrumento. Nós vendemos os instrumentos também.

Quantos títulos estão disponíveis em sua loja em São Paulo, Tony?
TONY- Cerca de 120 títulos, dos mais variados, estão sendo comercializados em minha loja em São Paulo.

Qual é o próximo trabalho a ser lançado?
TONY – Olha só, deve chegar da Argentina mais três novos discos que estão sendo gravados pelo maestro Mario Kirlis e Jony Halak, que devem chegar até o ano que vem. O 21º, instrumental, já foi lançado.

Fonte:Revista Especial Tudo Sobre a Dança do Ventre -
Editora Escala - Contribuição: Professora Janayna Alves.




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